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Carreta da alegria impede entrada de cadeirante em Curvelo

Foto originalmente publicada pela professora Rose Ribeiro em seu perfil no Facebook
A "Carreta da Alegria" teve um infeliz episódio no último domingo (09), em Curvelo-MG, quando a professora Rose Ribeiro resolveu levar o seu irmão cadeirante para uma volta no veículo.
Rose conta que conversou com os responsáveis pela empresa de entretenimento que dirige a atração, a Amaro e Andrade Entretenimentos Ltda., sediada em Sorocaba-SP.
Segundo ela, foi lhe garantido que seu irmão poderia sim fazer a viagem na carreta e que haveria suporte para a cadeira de rodas. Poucos minutos antes da viagem, Rose diz que ainda confirmou com os responsáveis pelo veículo essa possibilidade, eles mais uma vez lhe garantiram a passagem de seu irmão e acrescentaram que, por ser deficiente, ele não precisaria pagar e que apenas o acompanhante pagaria. Tudo parecia bom demais para ser verdade.
Na hora de embarcar, Rose e seu irmão, que eram os terceiros da fila para entrar na carreta, foram avisados de que a atração estava cheia demais e que por isso não seria possível que eles embarcassem. Rose alega que o motivo para eles não terem permitido a entrada dela e de seu irmão cadeirante, seria que a cadeira de rodas ocuparia o lugar de pelo menos 4 pessoas pagantes e que por isso preferiram ceder o lugar para outras pessoas, pressupondo que o cadeirante só poderia entrar caso lhe sobrasse espaço. 
"O fato de não cobrar é uma escolha deles. Eu pagaria o valor que eles cobrassem. O sorriso e a satisfação do meu irmão não tem preço." Disse Rose em uma postagem em seu perfil no Facebook.
A professora ainda teria contactado um funcionário superior no momento de toda a confusão, ela alegou que ele ainda foi grosseiro, dizendo que nunca cobrou de um cadeirante e que não iria cobrar agora. Rose desabafou em seu perfil pessoal no Facebook: "Ele não entende que não são os valores financeiros, isso pouca importa, nem precisava deles terem devolvido o valor do meu Ingresso. Disse a eles que aquilo era humilhante e que era um absurdo o que eles estavam fazendo. Um dos rapazes até nos pediu desculpas, mas reforçou que era funcionário e que cumpria ordens. Mas nós sentimos humilhados."
O ClickCurvelo.com tentou incessantemente entrar em contato nos telefones da empresa e mesmo ao tentar contactar a sede da Amaro e Andrade Entretenimentos, em Sorocaba, não obtivemos sucesso.
A publicação da professora Rose Ribeiro gerou muita revolta nas redes sociais e já conta com mais de 150 compartilhamentos. Logo abaixo você pode conferir o desabafo publicado por ela.
O DIA EM QUE A CARRETA DA ALEGRIA VIROU CARRETA DA EXCLUSÃO
Não sou de postar nada, mas tenho que deixar aqui minha INDIGNAÇÃO...
Semana passada reportei aos funcionários da Carreta da Alegria (Andrade e Andrade Entretenimento Limitada), para saber se havia a possibilidade de transportar cadeirante, TENDO EM VISTA QUE O MEIO DE TRANSPORTE POSSUI AUSÊNCIA DE ACESSO A ACESSIBILIDADE, eles confirmaram que SIM e que inclusive o mesmo era isento de tarifa, apenas o acompanhante pagaria.
Ontem (09/10/16) fui à Praça Benedito Valadares, levar meu irmão “cadeirante” para passear na até então Carreta da Alegria. Ao chegarmos perguntei novamente, dois dos responsáveis, na possibilidade de transportá-lo, que CONFIRMARAM O PASSEIO, porém pediram para que aguardássemos a carreta retornar e que ficássemos o mais próximo da cabine, para facilitar o acesso.
Comprei meu ingresso no valor de R$8,00. Esperamos por volta de 30 minutos ou mais, pois a carreta havia acabado de sair com uma remessa de pessoas. Eles ainda disseram-me que não precisava enfrentar fila, que inclusive estava muito grande, mas de qualquer forma ficamos ali na praça aguardando.
Quando a carreta retornou, nós nos aproximamos, onde um dos responsáveis pediu novamente para aguardarmos pois estaria disponibilizando o espaço e uma pessoa para ajudá-lo. Formou-se uma pequena fila em frente ao embarque e nós éramos o 3º da fila. Logo após, o mesmo funcionário voltou dizendo que havia verificado um seu superior e que não seria mais possível leva-lo, alegando super lotação e que se quiséssemos poderíamos voltar outro dia, em um outro horário.... ressaltando que a Carreta tinha acabado de chegar, ou seja, ainda não estava ocupada de pessoas....
Chamo isso de DISCRIMINAÇÃO pela condição do meu irmão. Caberia apenas aos funcionários pedir para que as pessoas se afastassem para que a cadeira fosse colocada...será que isso foi porque a cadeira ocuparia o espaço de 4 pagantes? O FATO DE NÃO COBRAR É UMA ESCOLHA DELES. Eu pagaria o valor que eles cobrassem. O SORRISO E A SATISFAÇÃO DO MEU IRMÃO NÃO TEM PREÇO. É um absurdo o pouco caso, ou melhor caso nenhum, o que me machuca é a frustração que meu irmão sentiu, a tristeza no olhar dele de ficar ali horas esperando pra realizar um sonho de andar na Trenzinho da Alegria e simplesmente vir um senhor despreparado e dizer que ele não poderia andar.
Esse funcionário Superior, ainda foi grosseiro, dizendo que em 30 anos nunca cobrou de um cadeirante e que não iria cobrar, mas ele não entende que não são os valores financeiros, isso pouca importa, nem precisava deles terem devolvido o valor do meu Ingresso. Disse a eles que aquilo era humilhante e que era um absurdo o que eles estavam fazendo. Um dos rapazes até nos pediu desculpas, mas reforçou que era funcionário e que cumpria ordens. Mas nós sentimos humilhados. 
Até pensamos em chamar a polícia na hora, mas, pensei, se isso não iria deixar meu irmão pior do que ele estava.
Sei que nada mudará o sentimento do meu irmão e inclusive o meu, mas não gostaria que isso acontecesse novamente com outras pessoas. Já não temos praticamente nada acessível para quem está nas condições de cadeirante, mas os responsáveis pela carreta deveriam preparar melhor o seu pessoal para que situações como essa não venham a acontecer.
CARRETA DA ALEGRIA = FRUSTRAÇÃO, EXCLUSÃO.

Um comentário:

  1. Sinceramente, não consigo compreender uma atitude como essa. E o pior, onde estão as autoridades municipais? Como deficiente visual, irmão de um cadeirante, indiguino-me sobremaneira com fatos como estes. Vejo ainda mais árdua minha luta contra atitudes como estas. Pena ser esta, uma luta solitária, onde é difícil ombrear companheiros/soldados. Faz-se necessário que este pessoal pare imediatamente de prestar este serviço, seja por força de uma liminar, ou até mesmo por pressão popular, devendo a sociedade manifestar-se desfavoravelmente quanto ao que concerne-se o preconceito praticado. Iria eu, hoje mesmo, que cheguei de viagem, para a praça, e postado defronte ao veículo, impedi-lo-ia de sair do lugar, em protesto, se contasse com mais apoio. O que estou sentindo neste momento é intraduzível em palavras! Já não temos acessibilidade em transporte público, em mobiliário urbano, e etc.. Agora, um cadeirante não poder participar de um evento de entretenimento, que, por sinal, deve ter um alvará de funcionamento? Prefeito reeleito e senhores vereadores, como vocês posicionam-se quanto a isso? Ministério Público do Estado de Minas Gerais, OAB Curvelo, Faculdade Arquidiocesana, cadê o comprometimento social de todos vocês, e de todos nós enquanto sociedade?

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