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30 anos sem a Musa do Samba


Matéria escrita por: lucas@clickcurvelo.com
Hoje, dia 02 de Abril de 2013 se completa 30 anos da morte de Clara Nunes, uma mulher considerada uma das maiores intérpretes do país e também foi a primeira cantora brasileira a vender mais de 100 mil cópias, derrubando um tabu segundo o qual mulheres não vendiam discos. Uma Mulher dona de uma voz marcante e apaixonante  Clara Francisca Gonçalves Pinheiro, conhecida como Clara Nunes, Caçula dos sete filhos do casal Manuel Ferreira de Araújo e Amélia Gonçalves Nunes, nasceu no interior de Minas Gerais, no distrito de Cedro na época pertencente ao município de Paraopeba e depois esse distrito virou cidade e foi emancipado com o nome de Caetanópolis, onde viveu até os 16 anos. Segundo as suas próprias palavras, cresceu ouvindo Carmem Costa, Ângela Maria e, principalmente, Elizeth Cardoso e Dalva de Oliveira, das quais sempre teve muita influência, mantendo, no entanto, estilo próprio.
 Em 1952, ainda menina, Clara venceu seu primeiro concurso de canto organizado em sua cidade,
interpretando "Recuerdos de Ypacaraí". Como prêmio, ganhou um vestido azul. Aos 14 anos, Clara ingressou como tecelã na fábrica Cedro & Cachoeira, a mesma para o qual seu pai trabalhou. Teve que se mudar para Belo Horizonte, indo morar com a irmã Vicentina e o irmão Joaquim, por causa do assassinato de um namorado, cometido em 1957 por seu irmão Zé Chilau. Já na  capital mineira, Clara trabalhou como tecelã durante o dia e fez o curso normal à noite. Aos finais de semana, participava dos ensaios do Coral Renascença, na igreja do bairro onde morava. Naquela época, conheceu o violonista Jadir Ambrósio, conhecido por ter composto o hino do Cruzeiro. Admirado com a voz da jovem de 16 anos, Jadir levou Clara a vários programas de rádio, como "Degraus da Fama", no qual ela se apresentou com o nome de Clara Francisca. Em 1960, já com o nome de Clara Nunes e ainda como tecelã, ela venceu a etapa mineira do concurso "A Voz de Ouro ABC", com a música "Serenata do Adeus", composta por Vinicius de Moraes e gravada anteriormente por Elizeth Cardoso. Na final nacional do concurso realizada em São Paulo, Clara Nunes obteve o terceiro lugar com a canção "Só Adeus" (de Jair Amorim e Evaldo Gouveia).
A partir daí, Clara Nunes começou a cantar na Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. Durante três anos seguidos foi considerada a melhor cantora de Minas Gerais. Ela também passou a se apresentar como crooner em clubes e boates na capital mineira e chegou a trabalhar com o então baixista Milton Nascimento - àquela altura conhecido como Bituca. Naquela época, fez sua primeira apresentação na televisão, no programa de Hebe Camargo em Belo Horizonte. Em 1963, Clara Nunes ganhou um programa exclusivo na TV Itacolomy, chamado "Clara Nunes Apresenta" e exibido por um ano e meio. No programa se apresentavam artistas de reconhecimento nacional, entre os quais Altemar Dutra e Ângela Maria. Ela viveu em Belo Horizonte até 1965, quando se mudou para a cidade do Rio de Janeiro, mais especificamente para Copacabana.
Os Primeiros Discos
Clara Nunes no Programa do Chacrinha
Já no Rio de Janeiro, Clara Nunes se apresentava em vários programas de televisão, como José Messias,
Chacrinha, Almoço com as Estrelas e Programa de Jair do Taumaturgo. Antes de aderir ao samba, Clara cantava especialmente boleros. Além de emissoras de rádios e televisão, ela também percorreu escolas de samba, clubes e casas noturnas nos subúrbios cariocas.
Ainda em 1965, ela passou por um teste como cantora na gravadora Odeon, onde registrou pela primeira vez a sua voz em um LP. O disco foi lançado pela Rádio Inconfidência (onde Clara trabalhou quando morava em Belo Horizonte) e contava com a participação de outros artistas, todos da Odeon.
No ano seguinte, Clara foi contratada por esta gravadora, a primeira e a única em toda a sua vida. Naquele mesmo ano, foi lançado o primeiro LP oficial da cantora, "A Voz Adorável de Clara Nunes". Por insistência da gravadora para que ela interpretasse músicas românticas, Clara apresentou neste álbum um repertório de boleros e sambas-canções, mas o LP foi um fracasso comercial. Em 1968, Clara Nunes gravou "Você Passa e Eu Acho Graça", seu segundo disco na carreira e o primeiro onde cantaria sambas. A faixa-título (de Ataulfo Alves e Carlos Imperial) foi seu primeiro grande sucesso radiofônico.
Trecho da Musica Você Passa Eu acho Graça:
Quis você pra meu amor/E você não entendeu
Quis fazer você à flor/De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura/Que havia dentro de mim
Você foi a criatura/que me fez tão triste assim
Ah, e agora, você passa,/eu acho graça.
Nessa vida tudo passa/E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela.
Minha rosa amarela/Que desfolhou, perdeu a cor....
No ano seguinte, a Odeon lançou "A Beleza Que Canta", LP no qual a cantora interpretou "Casinha Pequena", uma canção de domínio público. Ainda em 1969, Clara Nunes ganhou o primeiro lugar no "I Festival da Canção Jovem de Três Rios" com a música "Pra Que Obedecer" (de Paulinho da Viola e Luís Sérgio Bilheri) e ainda classificou a canção "Encontro" (de Elton Medeiros e Luís Sérgio Bilheri) na terceira colocação. Ficou em oitavo lugar no "IV Festival Internacional da Canção Popular" com a música "Ave Maria do Retirante" (de Alcyvando Luz e Carlos Coqueijo), que foi lançada naquele mesmo ano em disco homônimo. Clara Nunes emplacou outros grandes sucessos como "Morena de Angola" (composta por Chico Buarque), "Brasil Mestiço, Santuário da Fé" (de Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), "Peixe com Coco" (de Alberto Lonato, Josias e Maceió do Cavaco), "Última Morada" (de Noca da Portela e Natal) e "Viola de Penedo" (de Luiz Bandeira).
Em 5 de março de 1983, Clara Nunes se submeteu a uma aparentemente simples cirurgia de varizes, mas a cantora acabou tendo uma reação alérgica a um componente do anestésico. Clara sofreu uma parada cardíaca e permaneceu durante 28 dias internada na UTI da Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro. Neste ínterim, a cantora foi vítima de uma série de especulações que circulavam na mídia sobre sua internação, entre elas "inseminação artificial, aborto, tentativa de suicídio, surra de seu marido Paulo César Pinheiro", porem ha quem diga que Clara Nunes teria sido vitima de trabalhos espirituais realizados pelo bruxo Tio Chico, em episódio semelhante ao ocorrido na morte de Elis Regina, no ano anterior.
Na madrugada do sábado de Aleluia de 2 de abril de 1983, a poucos meses de completar 40 anos, Clara Nunes entrou oficialmente em óbito, vítima de um choque anafilático. A sindicância aberta pelo Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro na época foi arquivada, o que geraria por muitos anos suspeitas sobre as causas da morte da cantora. O corpo da cantora foi velado por mais de 50 mil pessoas na quadra da escola de samba Portela. O sepultamento no Cemitério São João Batista foi acompanhado por uma multidão de fãs e amigos. Em sua homenagem, a Rua em Madureira onde fica a sede da Portela, sua escola de coração, recebeu seu nome.



Clara Nunes você é a flor do céu que desabrochou na terra e agora esta de volta nesse jardim de Deus. Essa é uma singela homenagem do Click Curvelo para  aquela que cantou e encantou a todos.
"Meu canto é o que eu tenho pra dar. Meu canto, minha cantiga, meu sorriso...”
Clara Nunes 

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