Calor, muito
calor, e em pleno inverno, a época mais seca do ano. O ar tem baixa umidade,
muitos adoecem, e as velhas manias persistem em nosso dia a dia. Quem nunca viu
aquela dona de casa, jardineiro ou empregada doméstica varrendo as folhas secas
no passeio de sua casa (quando não usa a mangueira de vassoura né?), faz um
montinho num canto e logo: fogo nelas!
Esse ato
aparentemente inofensivo - perto de tanta poluição de proporções bem maiores -
também apresenta sua parcela de culpa para muitos problemas nas cidades. Trata-se
de um efeito dominó muito simples e que de tão simples, passa despercebido. Então
vamos lá.
Tudo começa no
outono, as senhoras árvores começam a perceber que vai faltar água daí pra frente,
e como as folhas consomem muita água e elas precisam economizar, as plantas dispensam suas folhas por um tempo. As folhas secam e caem e quanto mais seco o
tempo, maior a quantidade de folhas que caem. Uma das árvores mais plantadas em
Curvelo é a Sibipiruna (vide foto).
Essa árvore de folhas miudinhas causa o
delírio de quem precisa varrer a calçada todos os dias. Você varre e daqui a
duas horas a frente da sua casa está como se não tivesse varrido (exagerando um
pouco é claro). Com o objetivo de talvez diminuir o volume acumulado da
varrição, ateiam fogo. E já repararam que a fumaça dessa queima nunca vai para a
casa de quem está ateando fogo? A vizinhança sofre, e com o tempo seco as
chances de incômodos e até doenças respiratórias aumentam significativamente. O
que isso significa? Postos de saúde e hospitais lotados com problemas já
decorrentes do tempo seco. E como que é a atual situação da saúde em nossa
cidade assim como em nosso país? (Precisa responder!?) Se pra quem tem plano de
saúde já está difícil, pra quem depende do SUS, pior . E as folhas continuam
caindo e o fogo continua a ser aceso.
Sibipiruna (foto: http://ramonlamar.blogspot.com.br/) |
Não sei qual é a
orientação que os oficiais de limpeza urbana têm a respeito de varrer as nossas
ruas, mas o que eu vi me deixou desacreditado, do tipo: será que é essa
orientação que eles recebem? Nesta quinta-feira (28/08) por volta das 14 horas
na Rua Paulo Frontin, avistei vários pequenos montinhos de folhas queimando no
decorrer da rua, perto estavam os funcionários da limpeza urbana da prefeitura.
Será que não cabia tudo na lixeira deles e colocam fogo para diminuir peso e
espaço?
Um fato que
acontece aqui que muitos já perceberam é que os caminhões de lixo não recolhem
sacos que contenham folhas acumuladas ou galhas de podas. Geralmente você tem
que solicitar a prefeitura que venha algum caminhão que possa buscar suas
folhas. Daí depois de um bom tempo passa um caminhão basculante recolhendo
somente as folhas. Mas e aí? Pra onde vão essas folhas? São queimadas em algum
lugar? É utilizada como compostagem (iremos pesquisar)? E o que eu faço se eles
não passam ou se não passarem na porta de casa? Uma boa solução é utilizar as
folhas em seu quintal como fertilizante para o solo (a título de curiosidade, o
solo amazônico necessita muito das folhas que caem para manter os nutrientes
necessários para a vida da floresta). Se você não tem quintal ou não tem
condições de fazer isto, pode ter certeza que sempre tem alguém querendo.
Vista do alto do Morro da Garça, muita fumaça ao fundo na direção de Curvelo (foto: Arquivo pessoal) |
Mas podem ter
certeza, o fogo não é a melhor solução. Imaginem se apenas 1% de toda a população
de Curvelo tem o hábito de colocar fogo em folhas? Pronto, já temos 700 focos
de fogo em nossa cidade, são pequenos, mas que acumulados podem prejudicar a
todos, sem contar na possibilidade de o fogo ser ateado e alastrado em lotes ou
beiras de estradas que aumentam mais ainda os perigos e problemas de proporções
maiores. Mantenha a cidade limpa, mas também mantenha a sua saúde em dia.
Escrito por Matheus Terra Hipólito
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