O empresário Wendel Fernandes Corrêa, de 50 anos, foi preso na última quarta-feira, 13, em Belo Horizonte, sob suspeita de envolvimento em golpes milionários contra produtores rurais. Administrador da Fazenda Agropecuária Mariana, em Curvelo, região central de Minas Gerais, Wendel é acusado de emitir cheques sem fundo para aquisição de gado, com prejuízo estimado em milhões de reais para os envolvidos.
A prisão foi realizada pela Polícia Civil de Minas Gerais, que cumpriu o mandado expedido pela Vara Criminal da Comarca de Curvelo. A investigação aponta que Wendel seria responsável por fraudes que teriam afetado cerca de 300 vítimas, mas a defesa do fazendeiro contesta as acusações e afirma que o caso decorre de uma crise financeira enfrentada pelo grupo empresarial.
Nota de Defesa
Em nota enviada à imprensa, a defesa de Wendel e da Fazenda Agropecuária Mariana ressaltou o histórico de mais de quatro gerações de atuação no agronegócio e atribuiu os problemas financeiros a uma série de fatores externos, como queda nos preços de commodities, crise hídrica e a guerra na Ucrânia, que teria encarecido insumos essenciais.
“WENDEL FERNANDES CORREA e FAZENDA AGROPECUÁRIA MARIANA LTDA, vêm, respeitosamente, exercer direito de resposta à reportagem veiculada pela mídia, que menciona a suposta emissão de cheques sem fundo para a aquisição de gado. Cumpre esclarecer que o Grupo Fazenda Mariana atua há mais de quatro gerações no estado de Minas Gerais nos ramos de trabalho e pecuário, além de desenvolver outras atividades no âmbito rural.O Grupo abrange uma avaliação superior a uma centena de colaboradores, em postos de trabalho direto e indireto, o que gera grande impacto no desenvolvimento regional.Ocorre que, no presente momento, o Grupo passa por grave abalo financeiro, o que levou a Fazenda a um processo de recuperação judicial, que tramita na Comarca de Curvelo/MG.O desequilíbrio financeiro teve início em 2018, em decorrência das baixas dos preços do eucalipto e terminou com a queda dos valores da arroba do gado, seguida da baixa de valores de negociação das sacas de soja e milho, além da crise hídrica.Destaca-se ainda que o contexto da guerra da Ucrânia cooperou para o agravamento da situação financeira do Grupo, antes da alta dos preços dos insumos utilizados. Em meio à crise, a empresa e seus administradores fizeram o possível para honrar os compromissos com clientes, fornecedores, parceiros e parceiros.Ocorre que a situação ficou insustentável, de modo que o Grupo teve de recorrer à Recuperação Judicial, para sanar suas dívidas.Cumpre mencionar que, no presente momento, já foi apresentado o plano de Recuperação que abarca todos os credores da Fazenda, com a descrição dos débitos e planejamento de pagamento.Ressalta-se que todos os credores já foram habilitados no processo de Recuperação Judicial e estão cientes dos esforços do Grupo em saldar as dívidas.Dessa forma, o Grupo Fazenda Mariana e seus administradores prestarão todos os esclarecimentos relativos ao desacordo comercial objeto da presente matéria, em Juízo, não podendo se falar, no presente momento, na prática de nenhum crime tipificado no Código Penal. Em tempo, manifestam seus votos de estimativa e consideração.”, afirma a nota.
Impactos e Investigações
A Fazenda Mariana, segundo a defesa, é responsável pela geração de empregos diretos e indiretos na região, com impacto econômico relevante. Apesar disso, a situação financeira tornou-se insustentável desde 2018, levando ao pedido de recuperação judicial para reorganizar as dívidas.
Enquanto isso, a Polícia Civil informou que avalia a possibilidade de realizar uma coletiva de imprensa na próxima semana para fornecer mais detalhes sobre a investigação. O caso tem gerado grande repercussão, especialmente no setor rural, que acompanha os desdobramentos com atenção.
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