Atenção: A matéria a seguir é uma reprodução do Jornal Hoje em Dia. A pedido do Ministério Público de Minas Gerais, o Click Curvelo publicou uma nota de esclarecimento que desmente as informações citadas no jornal. Você pode conferir a nota aqui.
Segundo o jornal Hoje em Dia, a Procuradoria Regional Eleitoral em Minas Gerais está investigando incompatibilidade entre a declaração de bens do deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB), apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE), e o patrimônio efetivo dele. O jornal teve acesso à denúncia que acusa uma possível omissão de bens, o que caracteriza crime eleitoral
Candidato ao quinto mandato consecutivo, Sávio aumentou o patrimônio declarado em 560% entre 2002 e 2014. O salto foi de R$ 1,5 milhão para R$ 9,9 milhões, conforme informações do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
Mas o patrimônio pode ser ainda maior. Em sua fazenda Monte Alvão, na cidade de Esmeraldas, na Região Metropolitana de BH, Sávio possui pelo menos 180 cabeças de gado, da raça pardo-suíça, mas os animais não constam na documentação apresentada ao TRE. Entre os criadores da raça, a fazenda é considerada modelo.
A propriedade, com área de 120 hectares, é declarada com um valor muito inferior à realidade do mercado. A primeira vez em que a propriedade foi incluída dentre os bens do deputado foi em 2002. À época, Sávio informou que o valor era de R$ 420 mil, incluindo benfeitorias, implementos, maquinários e dois tratores, mas não há nenhuma menção aos animais. Corretores da região avaliam o imóvel em R$ 7 milhões, excluindo-se os animais.
Questionado sobre o motivo de não declarar o gado como um bem à Justiça Eleitoral, Sávio disse que não há irregularidade. “É tudo declarado junto. O valor do terreno com benfeitoria. Comprei de porteira fechada, com o gado”, afirma o deputado.
Nesses últimos 12 anos, a cada mandato, o patrimônio do deputado cresceu, em média, R$ 2,7 milhões, o que é incompatível com a remuneração do cargo, que atualmente é de R$ 13.758,48 líquidos. Em quatro anos, os salários líquidos acumulados, em valores de hoje, seriam de R$ 715 mil.
Sávio afirma que a evolução dos bens ocorreu em função da herança que recebeu do pai, Lúcio de Souza Cruz, morto em 2007, e da mãe, Natalina Fonseca de Souza Cruz, morta no ano seguinte. De acordo com os inventários, o deputado teve direito a R$ 244 mil do pai e R$ 265 mil da mãe, totalizando R$ 509 mil. “Não cresceu não (o patrimônio). Nesse período, infelizmente, perdi meu pai e minha mãe, aí eu recebi a herança”, explica.
Relevância
Em sua biografia na página da Assembleia Legislativa na internet e em seu site pessoal, o deputado não cita que tem negócios com gado.
Questionado sobre o motivo de não apresentar essa importante atividade econômica, ele afirmou que não há necessidade. “Eu não acho relevante. Não informo que eu sou atleticano, que eu sou católico. Informo o que acho relevante para a vida pública”, afirmou.
Além de atuar como criador de gado, Sávio também ocupa a presidência da Associação Brasileira dos Criadores de Gado Pardo-Suíço (SBCGPS), mas esse importante cargo de liderança nacional do setor também é omitido em suas biografias públicas.
Escândalos
Sávio Souza Cruz já foi alvo de investigações e escândalos envolvendo o mau uso da verba indenizatória da Assembleia Legislativa. Em 2010, ele utilizou esses recursos públicos para pagar o IPVA de seus três automóveis, no valor de R$ 5.718,95.
No mesmo ano, Sávio foi acusado de participar de um esquema de desvio de recursos públicos, e teria pago R$ 77 mil a uma gráfica acusada de emitir notas frias a deputados mineiros.
Fonte: Hoje em Dia
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