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Poetas curvelanos de ontem e de hoje


Por Newton VIEIRA* 



Em 21 de março, comemora-se o Dia Mundial da Poesia. 

Sempre houve poetas em Curvelo/MG, a disseminar suas criações pela mídia e pelos livros, para deleite dos amantes da boa leitura. 

A cidade deu ao Brasil importantes filiados ao parnasianismo, ao simbolismo e ao modernismo. A título de ilustração, lembro que o mestre simbolista Alphonsus de Guimaraens cognominou Álvaro Vianna “Meu Discípulo Amado”, e o filósofo Padre Celso de Carvalho esteve com Luiz Otávio, J. G. de Araújo Jorge e outros à frente do trovismo brasileiro na década de 1950, motivo pelo qual figura em Meus irmãos, os trovadores, obra inaugural do movimento, publicada pela Casa Editora Vecchi Ltda. em 1956.  Lembro também que a Poesia completa de Lúcio Cardoso, há menos de quinze anos, mereceu caprichada edição pela Edusp, sob os cuidados do professor doutor Ésio Macedo Ribeiro.  Mais de mil páginas para a história da literatura.

Os curvelanos se destacam no soneto, na trova, na sextilha, no acróstico, no haicai, na aldravia, no cordel, nos versos livres, e vai por aí afora. E como não levar em conta o estro de determinados letristas da MPB filhos desta terra abençoada por Santo Antônio e São Geraldo? São igualmente criadores de belezas poéticas. É o caso de Luiz Cláudio (de Castro), parceiro de João Guimarães Rosa em canção gravada por Nara Leão, a Musa da Bossa Nova. De sabor popular até na negativa dupla (“não faz mal pra ninguém, não”, O galo cantou na serra transcende o tempo e consegue falar profundamente ao coração de quem a ouve pela primeira vez na atualidade. É o caso, também, de Mário Paris, cantor lírico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e compositor da trilha sonora do filme Jesuíno brilhante, o cangaceiro (1972), de William Cobbett. Nessa trilha, notadamente na letra de Calamidade, Mário Paris emprega a palavra-título como anáfora ao enumerar os efeitos catastróficos da seca no sertão e surpreende com a hipérbole da alpercata derretida no calcanhar. Tudo simplesmente sen-sa-cio-nal.

Pois bem. Para celebrar o Dia Mundial da Poesia com enfoque local, divulgo esta lista dos poetas curvelanos de ontem e de hoje, os frequentemente dedicados à arte de versejar e os bissextos. Elaborei-a com base em publicações encontradas na minha biblioteca e em arquivos diversos nos quais pesquisei. Está completa? Talvez não esteja. Divulgo-a mesmo assim, como passo inicial em direção a um trabalho de fôlego. Quem a vir poderá contribuir para ampliá-la, se for o caso. A ideia é organizar e trazer a lume, em futuro próximo, antologia com dados biográficos e textos selecionados dos autores. 

Então, por enquanto, apenas nomes. Mas quanto nome imortal nesta plêiade!

OBS.: – Dedico este pequeno artigo à memória excelsa das professoras Antônia Cleusa Guimarães e Sheila Nara Guimarães.



LISTA DOS POETAS CURVELANOS DE NASCIMENTO OU POR ADOÇÃO:


A

Adma Aparecida Rocha Santos

Agnes Baioneta de Medeiros

Afonso Guerra-Baião

Allu Vianna Marques

Álvaro Vianna (Álvaro Augusto de Azevedo Vianna)

Alfredo Marques Vianna de Góes

André Carvalho

Antônio José de Vellasco Júnior

Antônio Ribeiro de Avelar (Tote)


B

Belkiss Diniz

Brisa Marques


C

Cássio Macedo

Cícero Vianna Marques

Conceição Drummond

Cônego Severiano de Campos Rocha

Cordeiro Tupinambá

Corrêa de Almeida

Cristiane Amorim


E

Edhil Silva

Edson Gandra

Edson Lopes

Eduardo Canabrava Barreiros

Élisson Gabriel da Silva

Elizete Matoso

Elói Faria (Guido Elói de Faria)

Elza Pinto Alemão

Elzira Pereira

Evandro Guimarães de Paula


F

Francisco de Assis (Chico de Assis)

Francisco Venâncio de Mello

Fred Vidal


G

Geraldo Elísio

Graça Almeida Carvalho


I

Irmã Áurea Cordeiro Menezes


J

Jannine Crawford

João Lima Guimarães

José Chamone

José Emílio Ferreira Soares

José Guilherme dos Santos

Josemar Otaviano de Alvarenga

Júlio Sacrassenda

Juracy Moreira Neves

Juvenal Gonzaga Pereira da Fonseca


L

Lívia Buitrago

Lúcio Cardoso

Luiz Cláudio

Luiz Fernando Oliveira


M

Manoel Aparecido

Marcelo Farnesi

Marcelo Medeiros

Marcos Matias (Delém)

Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro

Maria das Dores Santos

Mário Paris

Mário Pinto

Mercezino Fonseca

Miloquinha de Verna Magalhães Salvo

Monsenhor Francisco Xavier de Almeida Rolim


N

Nelson Vianna

Newton Vieira


P

Padre Celso de Carvalho

Padre José Carolino de Menezes

Padre Laerte Esperança de Oliveira

Pedro Magno dos Santos

Pedro Neto


R

Ricardo de Souza Cruz (Lúcio Régis)

Rogério da Fonseca Trindade

Rubens Bittencourt


S

Saturnino Dias de Carvalho Júnior

Sílvio Ribas


T

Thábata Mariz

Thereza Perácio de Paula


V

Vianna do Castelo (Augusto Vianna do Castelo)

Vianna Espeschit

Vittório Apps


W

Walkiria Apps

Wilson Veado


Y

Yara de Mello Gonçalves


*O escritor/poeta Newton Vieira pertence, dentre outras instituições, à Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais (AMULMIG), à Academia Mineira de Belas-Artes (AMBA) e à União Brasileira de Trovadores (UBT). Publica seus versos desde o fim da década de 1990, quando saiu o livro Pórtico poético pela editora da Universidade Estadual de Feira de Santana/BA. Detém vários prêmios nacionais e internacionais.  Sua produção poética está em livros solos e em cerca de 200 antologias, entre as quais a Écrivains contemporains du Minas Gerais (bilíngue – francês/português), lançada no Salão do Livro de Paris em 2012.



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